domingo, 9 de junho de 2013

Fórmula 1 2013 - GP do Canadá - Corrida

(Foto: Getty Images)
Sebastian Vettel, da Red Bull Racing, foi o grande vencedor ao dominar praticamente de ponta a ponta o Grande Prêmio do Canadá 2013 de Fórmula 1! Uma vitória merecida, e nova para o alemão e também para a equipe. Porque Vettel e a Red Bull, ainda não haviam vencido no circuito Gilles Villeneuve.

(Foto: Getty Images)
Logo na largada como pole position, foi possível ver a força do tedesco para a corrida. Com seu RB9, já saltou à frente da Mercedes-Benz W04 de Lewis Hamilton, garantindo a permanência na liderança. Foi bem mais rápido. Bela arrancada, mesmo. E já saiu abrindo vantagem. Isso acontece porque apesar do motor alemão ser mais potente, os da Renault usado pela Red Bull são mais econômicos, o que lhes permite largar com um pouco menos de combustível e consequentemente menos peso, e também é um motor mais compacto, o que faz seu compartimento ser menor e portanto resistir menos ao ar. O que também acaba reduzindo o peso, já que menos material é usado no compartimento do motor. Já o Mercedes-Benz é maior e precisa de mais combustível. Então mesmo nas mãos de um piloto habilidoso como Hamilton, não é de se estranhar que a largada dos W04 seja mais lenta. Como o próprio Vettel disse sobre a largada das "Flechas de Prata" em Mônaco, "pareciam dois ônibus". Não estou querendo diminuir o desempenho de Vettel, até porque como eu já disse, ele mereceu essa vitória, e muito. Foi dominante e impôs um ritmo muito forte aos concorrentes durante a maior parte da prova. Apenas estou querendo dar uma explicação mais técnica da excelente largada de Vettel, que além desses fatores mecânicos, também foi por causa de que ele é um ótimo piloto, é claro. E na liderança ele foi indo, até cruzar a linha de chegada com bandeira quadriculada. Foi um passeio no parque para o tedesco.

Apenas não diria que foi uma corrida perfeita, porque ele cometeu erros. Como sabem (ou não), Vettel se empolga com voltas rápidas, querer marcar os melhores tempos e abrir a maior vantagem possível sobre seus adversários. Isso lhe custou uma quase batida no "Muro dos Campeões" e a perda da dianteira do carro na curva 1, o que lhe custou um certo tempo considerável. Se não me engano, foi a mesma escapada que ele deu em 2011 na última volta, quando por causa desse único erro "bobo", ele perdeu a vitória para Jenson Button, da McLaren. Mas pelo menos nas últimas voltas, Rocky, seu engenheiro, conseguiu conter a ansiedade e competitividade do tedesco, garantindo a vitória.

(Foto: Getty Images)
Vettel viu que vencer lá é diferente. O circuito é ótimo, foi uma vitória inédita, o dia estava perfeito para correr, seu desempenho foi quase impecável, mas... O povo canadense não tem nenhum representante na Fórmula 1. Nem piloto, muito menos equipe. Mas a maioria deles são torcedores da Ferrari. Talvez porque foi na Ferrari que Gilles Villeneuve se tornou uma lenda. E aí aconteceu o inesperado... Após serem executados os hinos da Alemanha e da Áustria (país da Red Bull), que os torcedores respeitaram, Eddie Jordan foi o escolhido para fazer a primeira entrevista pós-corrida ainda no pódio, como costuma ser. Assim que Vettel começou a falar, ele foi vaiado. Sim, vaiado. Uma situação que não é incomum e muito menos inédita na categoria, mas que de qualquer forma, sempre é embaraçosa. Vettel perguntou "Fui tão ruim assim?", e como resposta, ele viu qual foi o problema. O público começou a fazer cânticos para Fernando Alonso. Vettel ignorou, e fez sua análise da corrida. E essa preferência não foi uma unanimidade no autódromo de Montreal, como podem ver na foto abaixo, tirada depois da corrida de Vettel e uma fã.

(Foto: Getty Images)
Lewis Hamilton durante boa parte da corrida manteve a vice liderança, porém mais uma vez o inglês campeão de 2008 teve problemas com os freios do W04. Constantemente ele vem reclamando disso, e que na McLaren ele tinha mais confiança no carro, e diz isso publicamente. Buscando uma solução, a Mercedes AMG fez mudanças. Os freios usados por Nico Rosberg e Hamilton são diferentes. Os de Rosberg são menos fortes, devido ao jeito suave e discreto da pilotagem do alemão. Já o arrojo do piloto novo na casa, exigem freios mais fortes, de outra marca, inclusive.

O circuito do Canadá exige muito dos freios, e no final da corrida após algumas voltas voadoras (particularmente, eu me refiro assim às voltas mais rápidas), Hamilton não conseguia mais se sustentar e teve que diminuir o ritmo. Isso permitiu a aproximação do bicampeão Fernando Alonso, da Scuderia Ferrari, que a cerca de oito voltas do fim da corrida, conseguiu realizar uma bela ultrapassagem sobre o piloto da Mercedes AMG. O espanhol que largou em 6º, teve um 2º lugar quase com sabor de vitória. Conseguir essas posições largando no pelotão de frente não é fácil, e ele conseguiu. Com isso, o piloto da Ferrari assumiu a vice liderança do campeonato. Sebastian Vettel tem a liderança isolada.

(Foto: Getty Images)
(Foto: Ferrari)
Quanto ao companheiro de Alonso, o brasileiro Felipe Massa, este teve que fazer uma corrida de recuperação. Após bater no Q2, Felipe teve que aceitar a 16ª posição no grid. Na corrida, veio escalando posições, carro por carro, até parar atrás de Adrian Sutil, da Force India. Sutil tem um carro com motor Mercedes-Benz, que é o mais potente da Fórmula 1 e a aerodinâmica (do carro, claro) não é das piores. Sendo assim, demorou muitas voltas para Massa conseguir a posição. Mesmo com o DRS ativado, Sutil tinha o KERS para se defender, além de ser um bom piloto. Não estou defendendo o Felipe. Faltou um pouco mais de arrojo, sim. Demorou muito para fazer uma "simples" ultrapassagem. Mas também tenho que ser justo, e mostrar que não é um trabalho fácil.

Entrando na zona de pontuação, o próximo alvo de Massa era o seu ex companheiro de equipe na Ferrari, Kimi Raikkonen, que no time italiano foi campeão em 2007 e atualmente corre pela Lotus, e que até então era o vice líder do campeonato. Um osso duro de roer, realmente. Mas na última volta a poucos metros da linha de chegada, Massa conseguiu ultrapassar o finlandês, garantindo assim a 8ª colocação. Foi uma boa recuperação, sim. Mas podia ter sido ainda melhor se não tivesse perdido tanto tempo atrás de Sutil.

Já que falei em Adrian Sutil, vamos falar de Force India. O alemão chegou em 10º. A última posição da zona de pontuação, sendo que largou em 8º. Uma parte disso se explica no tempo que a equipe jogou fora em um pit-stop. Seu companheiro de equipe, o escocês Paul di Resta, que largou em 17º, chegou em 7º. Fez uma ótima recuperação.

Um grande destaque na corrida foi o desempenho do francês Jean-Éric Vergne, da Scuderia Toro Rosso. Com um carro que não é lá dos melhores, ele largou em 7º e chegou em 6º. Sim, isso foi muito bom. Levar esse carro ao Q3 já não é algo simples, e na corrida, onde o ritmo é outro, já seria difícil manter essa posição. Vergne não só manteve, como conseguiu mais uma.

(Foto: Getty Images)
Sobre as tradicionais McLaren e Williams, mais uma corrida para esquecer. Na McLaren, que está menos pior e aparentava ter evoluído nas classificações, os pilotos não pontuaram. Na Williams, que teve um fio de esperança em Valtteri Bottas que largou em 3º, o mesmo aconteceu. Não por falta de capacidade do finlandês, que defendeu bem as posições, mas porque o péssimo FW35 não ajudava mesmo. Situação triste.

Os que não resistiram até o final, foram os dois pilotos da Sauber, Nico Hulkenberg e Esteban Gutiérrez, que se acidentaram. Não juntos. A causa da saída de Hulkenberg, foi por causa de outro que abandonou: Giedo van der Garde. Giedo era um retardatário, e ignorou as bandeiras azuis (para dar passagem à quem está uma volta na frente, e neste caso, era o piloto da Sauber). Hulkenberg teve que usar o DRS e o KERS para passar a Caterham do holandês, e quando foi finalizar a manobra, recebeu um toque que tirou ambos da corrida. Giedo foi penalizado e vai perder 5 posições na próxima corrida. A Caterham ainda foi multada por seus mecânicos passarem na frente de um dos carros da Toro Rosso nos boxes.

Mas muito de longe, essas perdas não foram as piores do dia. Infelizmente, a morte voltou à Fórmula 1. Mais um fiscal. Desde 1994, não morrem pilotos, como foram Roland Ratzenberger e Ayrton Senna no GP de Ímola. Mas fiscais, desde então, foram três, contando com o de hoje. Os outros foram no GP da Itália de 2000 e GP da Austrália de 2001, ambos atingidos por rodas em acidentes. A causa do mais recente, foi que de acordo com o organizador de corridas François Dumontier, o fiscal corria em frente ao guindaste que resgatava a Sauber de Gutiérrez, quando tropeçou. Não deu tempo do motorista evitar o acidente, e assim atropelou o fiscal. O nome da vítima não foi divulgado. Pelo menos eu não vi. Imediatamente ele foi levado de helicóptero para um hospital que fica a 20 km do autódromo, porém não resistiu aos ferimentos e lamentavelmente, faleceu.

(Foto: Twitter)
Resultados da corrida do GP do Canadá 2013 de Fórmula 1:

(Posição / Piloto / País / Equipe / Motor / Tempo-Diferença)

1 - Sebastian Vettel (Alemanha / Red Bull Racing / Renault) = 70 voltas em 1h,32m,09s,143
2 - Fernando Alonso (Espanha / Scuderia Ferrari / Ferrari) = a 14s,408
3 - Lewis Hamilton (Inglaterra / Mercedes AMG Petronas / Mercedes-Benz) = a 15s,942
4 - Mark Webber (Austrália / Red Bull Racing / Renault) = a 25s,731
5 - Nico Rosberg (Alemanha / Mercedes AMG Petronas / Mercedes-Benz) = a 1m,09s,725
6 - Jean-Éric Vergne (França / Scuderia Toro Rosso / Ferrari) = a 1 volta
7 - Paul di Resta (Escócia / Sahara Force India / Mercedes-Benz) = a 1 volta
8 - Felipe Massa (Brasil / Scuderia Ferrari / Ferrari) = 1m30s354 - a 1 volta
9 - Kimi Raikkonen (Finlândia / Lotus F1 Team / Renault) = a 1 volta
10 - Adrian Sutil (Alemanha / Sahara Force India / Mercedes-Benz) = a 1 volta
11 - Sergio Pérez (México / Vodafone McLaren / Mercedes-Benz) = a 1 volta
12 - Jenson Button (Inglaterra / Vodafone McLaren / Mercedes-Benz) = a 1 volta
13 - Romain Grosjean (França / Lotus F1 Team / Renault) = a 1 volta
14 - Valtteri Bottas (Finlândia / Williams F1 Team / Renault) = a 1 volta
15 - Daniel Ricciardo (Austrália / Scuderia Toro Rosso / Ferrari) = a 2 voltas
16 - Pastor Maldonado (Venezuela / Williams F1 Team / Renault) = a 2 voltas
17 - Jules Bianchi (França / Marussia F1 Team / Cosworth) = a 2 voltas
18 - Charles Pic (França / Caterham F1 Team / Renault) = a 2 voltas
19 - Max Chilton (Inglaterra / Marussia F1 Team / Cosworth) = a 3 voltas

Mundial de Pilotos: http://www.formula1.com/results/driver/
Mundial de Construtores: http://www.formula1.com/results/team/

A próxima etapa do mundial de Fórmula 1 será o GP da Inglaterra, em Silverstone, nos dias 28, 29 e 30 de junho!

Um abraço!
Paulo Vitor

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