quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Scuderia Ferrari: a "prova final" de Sebastian Vettel na Fórmula 1?


Depois do bicampeonato de Sebastian Vettel em 2011, eu fui uma das pessoas que mais o subestimou, confesso. O que já não deveria acontecer, mas, posteriormente acabei não só reconhecendo seu talento, como hoje sou um de seus defensores (não que ele precise). Porém para muitos, o que o alemão fez até hoje não foi bastante, e talvez a sua ida à Maranello seja finalmente (ou não... tem gente que nunca vai aceitar, e tudo bem, eu respeito e compreendo isso) a sua prova final.

Não é a primeira vez de Vettel em um F1 italiano com motor Ferrari. Em 2008, Tião esteve na Scuderia... Toro Rosso, que corria com motor Ferrari. Aliás, naquele ano Ferrari e McLaren tinham, de longe, os melhores carros. E no pelotão de "tô quase ganhando", a concorrência também era dura com BMW Sauber, Renault e Toyota.


Eis que vem o GP da Itália, em Monza. E sob forte chuva, um pirralho alemão não só faz a sua primeira (de muitas) pole position, como também conquista sua primeira (de muitas outras) vitórias. Únicas pole e vitória da Toro Rosso, diga-se de passagem. Desbancando a forte concorrência que tinha Lewis Hamilton e Felipe Massa disputando o título, entre outros fortes pilotos como o bicampeão Fernando Alonso e outros como o até então atual campeão Kimi Raikkonen e Robert Kubica.

Em 2009 o tal garoto foi promovido para a Red Bull que iniciava a sua ascensão, e aquela seria uma das parcerias mais vitoriosas da história da Fórmula 1. Algumas injustiças foram feitas ao Mark Webber durante esses anos, não vou negar. Mas isso não necessariamente tira o mérito de Vettel, que na reta final do campeonato disparou atrás da poderosa e fenomenal Brawn GP.

Lembro que no dia da última corrida de 2010, eu estava fazendo vestibular na PUC Minas. Durante a prova, pensava "Vai dar Webber ou Alonso? Quem sabe com muita sorte Hamilton ou Button, da minha querida McLaren... mas acho que vai ser Alonso mesmo." Quando saio: "Papai, quem foi campeão?" e ele me responde "Aquele menino lá, o Vettel." QUÊ?!


E o que mudou meu pensamento de 2011 para 2012? Bem... Em uma sessão de treinos livres, vi o menino sujando as mãozinhas de óleo, quando ele mesmo estava fazendo seu próprio ajuste na suspensão dianteira. "Pô... o cara podia dar ordens aos mecânicos, mas ele mesmo tá fazendo." Isso me fez ver aquela Fórmula 1 dos anos 70 e 80, e como ele ajudou a desenvolver bem o carro para ganhar aquele campeonato que foi muito disputado, eu aceitei que queimei a minha língua.

Vettel pode não ser o piloto mais rápido do grid. Em condições iguais, Hamilton, Nico Rosberg ou Alonso podem ou não superá-lo. Daniel Ricciardo? Sim, também! Por que não? Mas não duvidando da capacidade do australiano, o que aconteceu com essa dupla em 2014 é um caso a parte, que eu já expliquei aqui neste post.


O mais rápido então, talvez ele não seja, ou em algumas pistas com o carro certo, pode ser. A rapidez dele é algo que eu continuei questionando mesmo depois de 2012. Mas o que ele fez no GP de Cingapura de 2013, rapaz (ou moça)... E não, não tinha controle de tração (tão espantosa foi sua performance, que surgiu esta acusação). Essa teoria é absurda, e eu também expliquei a razão disso no post que coloquei o link no parágrafo anterior. Mas ele tem um lado técnico muito forte, o que faz dele um pouco mais completo que outros pilotos de ponta. Conversando com o amigo Pádua certa vez, que acompanha o tedesco mais de perto, ele disse que eu é que demorei para perceber, pois ele é assim desde as categorias de base.

Mas beleza, então um tetracampeonato consecutivo não quer dizer nada, ainda mais sendo no melhor carro. Ayrton Senna, Alain Prost, Michael Schumacher, James Hunt, Niki Lauda, Fernando Alonso, Nelson Piquet e tantos outros eram santos pilotando carroças. Ok, ok.

Então agora o rapaz vai para a Ferrari. Seria a prova final de que precisam para que finalmente Sebastian Vettel tenha seu valor devidamente reconhecido? Tudo bem que lá tá que nem a casa da mãe Joana com as mudanças de cargos na alta cúpula (nunca pensei que fosse dizer isso, mas: saudades, Luca di Montezemolo), mas quem sabe Vettel não seja o cara para botar ordem nessa bagaça?

Aguardemos, e vejamos!


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Um abraço!
Paulo Vitor

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